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Manejo Nutricional de Pastagens

July 14, 2021
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Descubra os benefícios de fazer o mapeamento e manejo nutricional adequados de seu pasto

As áreas de pastagem no Brasil ocupam, aproximadamente, 20% do território nacional e estão fortemente associadas às mais expressivas mudanças de uso do solo no país, como por exemplo, conversão para agricultura, conversão de áreas nativas, integração lavoura-pecuária-floresta. Essas áreas ainda têm como oportunidade atender demandas atuais do setor agropecuário, tais como soluções de problemas ambientais, elevar a produção pecuária para atender a demanda por consumo e promover desenvolvimento econômico do país, além de liberar áreas para conversão a outros usos e coberturas.

O rebanho bovino brasileiro é alimentado, prioritariamente, pelas pastagens e a produtividade pecuária está diretamente relacionada à produtividade e qualidade nutricional das plantas forrageiras. Em média, a produtividade pecuária no Brasil é baixa, tendo lotação bovina inferior a uma unidade animal por hectare (1 UA = 450 kg de peso vivo), indicando que a qualidade da forrageira também é baixa. O sistema pecuário brasileiro é diversificado e as condições de produção variam desde áreas extremamente intensificadas às condições pouco produtivas. Mesmo diante do cenário de baixa produtividade média, o Brasil é um dos maiores produtores e o maior exportador de carne e leite. Esse patamar de produção foi alcançado ocupando uma grande área de terra com pastagens (crescimento horizontal da produção) e é, atualmente, importante reserva de terras para o país, com potencial de aumentar a produção por meio da intensificação parcial (crescimento vertical da produção), sendo possível liberar áreas para demais usos. Esse crescimento vertical da produção pode ser assertivo e eficaz se as decisões e ações pertinentes forem embasadas no conhecimento e dinâmica das pastagens brasileiras em termos de nutrição, adubação e qualidade das forrageiras.

Benefícios da adubação de pastagem

A produção animal dos ruminantes nas regiões tropicais é fundamentada, basicamente, nas pastagens, que no Brasil são compostas tanto pelas pastagens naturais quanto pelas cultivadas. Os capins são utilizados há décadas no Brasil, além de estarem sendo excelentes escolhas quando há intenção de melhorar a parte física do solo (sistema radicular mais agressivo) e proporcionar incremento de matéria orgânica ao solo.

O Brasil tem rebanho animal majoritariamente alimentado nas pastagens, que se constitui na forma mais econômica de oferecer alimento aos herbívoros. A bovinocultura brasileira tem destaque internacional, porém enfrenta desafios no que diz respeito à essa produção a pasto, principalmente, relacionado à oferta de pastagem e ao valor nutritivo. Essas pastagens encontram-se, em grande parte, degradadas. Isso deixa explícito a negligência com o campo e a adubação dessas áreas de pastagem. Essa degradação de pastagens pode estar relacionada a fatores como aspectos econômicos de produção, à escolha da planta forrageira frente à condição de fertilidade da área, tipo de solo, clima, manejo agronômico e animal. Devem ser levados em consideração também os aspectos financeiros e o conhecimento do produtor ou responsável pelo manejo. Outro fator responsável pela baixa produtividade e qualidade da forragem é a formatação de produção que, na maioria das vezes ocorre no Brasil, que são de sistemas extensivos de criação.

O manejo inadequado da pastagem e dos animais são fatores que, gradualmente, ocasionam a degradação dos pastos, uma vez que, de forma contínua, há constante extração de nutrientes do solo sem a adequada reposição e reconstituição da fertilidade a longo prazo. A consequência desse processo contínuo de degradação é a perda de produtividade e qualidade da forragem, apresentando problemas subsequentes com crescimento de plantas invasoras e aparecimento de pragas e doenças (Figura 1).

Com o objetivo de reverter essa situação, há que se garantir as condições de cultivo mais próximas do adequado para que as plantas consigam expressar seu real potencial produtivo. Para que isso seja possível, deve-se ter disponibilidade suficiente de água, luz, temperatura e o suprimento de quantidade adequada de nutrientes no solo. Qualquer desses fatores, quando minimizado, já é suficiente para reduzir o potencial produtivo da forrageira. O que cabe ao profissional da agricultura “aperfeiçoar” é o suprimento de nutrientes, via adubação da pastagem e o manejo dos animais na área.

Historicamente, no campo a adubação de pastagem nunca foi tratada como prioridade, uma vez que se efetuava eventual calagem e pequena fertilização mineral. A prática de adubação de pastagem contribui para a manutenção da fertilidade de do solo e equilíbrio da relação solo – planta (ambiente), aumentando o potencial da área em proporcionar maior produção e melhor qualidade do alimento fornecido ao animal. O beneficio da adubação de pastagem se reflete na capacidade de suporte de animais nos pastos, além de contribuir para a aquisição de menor quantidade de concentrados e até mesmo diminuição de mão de obra. Deve-se ressaltar que com o aumento da taxa de lotação (UA/ha) também é possível acelerar o ganho médio de peso (GDP) do animal, que é resultante da maior oferta de alimento e de melhor qualidade.

Principais espécies forrageiras usadas no brasil

As pastagens brasileiras são formadas, em sua maioria, por gramíneas forrageiras exclusivas, mas também existem áreas com gramíneas consorciadas com leguminosas forrageiras. A escolha pelo tipo de pastagem influencia na escolha dos fertilizantes, uma vez que a presença da leguminosa promove mudança na recomendação de adubação (o nitrogênio, por exemplo, é recomendado para pastos exclusivos de gramíneas, mas deixa de ser para áreas com pastos consorciados de capim com leguminosa, em função da fixação biológica do elemento).

As espécies e/ou cultivares no Brasil são classificados atualmente em grupos, segundo o nível de exigência nutricional (embora com variações na classificação para algumas espécies e/ou cultivares). Na tabela 1 encontra-se uma classificação que pode representar um consenso atual.

Classificação das principais gramíneas utilizadas nas condições brasileiras.

No caso de formação de pastagem, há uma série de práticas de manejo que proporcionam o rápido estabelecimento da forrageira e utilização pelos animais. O objetivo é a busca por maior cobertura vegetal possível com a forrageira no menor tempo, inclusive para evitar processos erosivos e competição com plantas invasoras. O foco principal é a obtenção de um estande homogêneo e bem formado da planta forrageira, a qual permanecerá na área por muitos anos, em função do uso assertivo de calagem e adubação e sendo manejada adequadamente. A forma escolhida para a semeadura ou plantio de mudas (covas, sulcos ou distribuição a lanço) influência na decisão de como aplicar os fertilizantes, pois o emprego localizado dos fertilizantes pode ser usado na adoção de covas ou sulcos, enquanto a distribuição a lanço requer também fertilizantes aplicados a lanço.

Em áreas de plantas forrageiras já estabelecidas, a aplicação de corretivos e fertilizantes é realizada por distribuição a lanço em área total. Entretanto, antes dessas aplicações, é necessário rebaixar a planta forrageira com a alimentação por animais (forma preferida) ou com utilização de máquinas. A incorporação de corretivos e/ou fertilizantes não tem sido recomendada nas pastagens formadas pelos danos que a prática ocasiona no sistema radicular das plantas, prejudicando a absorção de água e nutrientes.

A cobrança por maior produção na mesma área é um fato, tendo em vista o aumento da demanda por alimento no mundo e a pressão das restrições ambientais em relação à abertura de novas áreas. A SGS pode ajudar o produtor pecuário no estabelecimento e melhoramento da pastagem de sua propriedade, por meio de recomendação de calagem e adubação, além de orientação para escolha de espécies mais facilmente adaptáveis às condições de fertilidade de solo e manejo racional dos animais, proporcionando maior produtividade e qualidade de forragem.

Referências:

MACEDO, M. C. M. 1999. Degradação de Pastagens: Conceitos e Métodos de Recuperação. In: Anais do Simpósio Sustentabilidade da Pecuária de Leite no Brasil. Editado por Vilela, Duarte; Martins, Carlos Eugênio; Bressan, Matheus e Carvalho, Limírio de Almeida. Embrapa Gado de Leite. p.137-150.

MONTEIRO, F. A. 2010. Pastagens. In: Luis Ignácio Prochnow; Valter Casarin; Silvia Regina Stipp. (Org.). Boas práticas para o uso eficiente de fertilizantes, v. 3, p. 231-285.

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