Para atestar confiabilidade nos processos, Bonsucro ganha cada vez mais espaço
Ganhar competitividade e referência nacional e internacional é uma das metas de muitas, senão de todas as empresas que buscam se destacar e aliar qualidade e confiabilidade junto ao mercado e conse-quentemente aos seus clientes.
Com isso os padrões internacionais de qualidade vão sendo criados conforme as necessidades que o próprio mundo businessrequer.
Recentemente as usinas focaram em um novo cer-tificado – o Bonsucro. De acordo com o coordenador de sustentabilidade Lucas Engelbrecht do Grupo SGS – da área de auditorias e certificações -, o Bonsucro é uma organização global formada por múltiplas partes, sem fins lucrativos, que visa reduzir os impactos ambien-tais e sociais da produção de cana de açúcar buscan-do também aumentar sua viabilidade econômica. “O Bonsucro é um esquema de certificação voluntário que foi fundado em 2008, desenvolvendo critérios e indicadores mensuráveis que promovam a melho-ria dos impactos econômicos, ambientais e sociais na produção da cana de açúcar e seu processamento primário, atendendo a demanda mundial de empresas, consumidores, organizações não governamentais e o governo, sobre a sustentabilidade da produção”, explica Engelbrecht acrescentando que “além disso, o Bonsucro é um dos esquemas de certificação que aten-dem a Diretiva de Energia Renovável da Europa de 2009 (EU Renewable Energy Directive - RED), que apresenta critérios de sustentabilidade para comercia-lização de etanol no mercado europeu”.
A Usina Iracema do Grupo São Martinho se cer-tificou pela primeira vez em 2012, e o objetivo é ser reconhecida por ter padrões de produção que atendam critérios rigorosos de sustentabilidade e abrir novos mercados de exportação.
De acordo com a coordenadora de comunicação e sustentabilidade do Grupo São Martinho, Daniela Al-varez, o Grupo sempre teve a sustentabilidade como um pilar estratégico e por conta disso, trabalha com melhoria contínua em seus processos. “Por conta deste DNA que permeia toda a cadeia produtiva da empresa, não foram necessários grandes investimen-tos para se adequar e atender a norma. Apenas alguns ajustes de processos foram necessários. Além disso, a companhia também se preparou para atender outras normas de mercados ou clientes”, conta.
O tempo entre a implementação dos requisitos da norma e a auditoria de certificação pode levar em média de 4 a 8 meses, sendo auditoria de certificação inicial e duas visitas de manutenção anuais para um ciclo de três anos. Lucas Engelbrecht explica que após os três anos, uma auditoria de recertificação deve ser realizada continuando o ciclo de auditoria com as vi-sitas anuais de acompanhamento. “O Bonsucro apre-senta diversos benefícios às usinas como a melhoria da gestão socioambiental da empresa, gestão de ris-cos e multas, melhoria da eficiência na utilização de insumos e dos processos, melhoria na comunicação com fornecedores e interessados, aumento da compe-titividade dos produtos e acesso a mercados”, pontua Lucas.
Daniela Alvarez compartilha da mesma opinião de Lucas acrescentando que a usinas ganham na visibili-dade da imagem, por ter seus processos reconhecidos por atender padrões internacionais de sustentabilida-de, e, o acesso a mercados de exportação que exigem certificação. “Depois da certificação, percebemos que a mentalidade de melhoria contínua se intensifi-cou. Hoje, olhamos com mais frequencia para nossos processos. Isso já era uma prática, mas à medida que conseguimos a certificação, ficou mais claro que isso tem que entrar na nossa rotina e ser internalizado”, diz Alvarez alertando que um dos desafios foi entender a norma que é internacional e considera a realidade de países muito diferentes. “Mas, como já tínhamos mui-tos processos que atendiam a padrões de sustentabili-dade de outras normas internacionais e até de clientes, foi só adaptar ao Bonsucro”, conclui.
A norma possui cinco (5) princípios: Cumprir a lei; Respeitar os direitos humanos e trabalhistas; Geren-ciar eficiências de insumos, produção e processamento de modo a aumentar a sustentabilidade; Gerenciar ativamente a biodiversidade e serviço do ecossistema e Melhorar constantemente as áreas chaves do negócio.
Nestes cinco princípios o Bonsucro busca melhorar a sustentabilidade em 69 indicadores, abordando questões como: água, solo, biodiversidade, carbono, energia, direitos trabalhistas, renda, viabilidade eco-nômica, assuntos referentes ao direito de propriedade de terra, e saúde e segurança.
Referentes às mudanças necessárias para se obter a certificação, estas podem variar muito de uma uni-dade para outra, mas, podemos observar em usinas certificadas uma maior estruturação da gestão socioam-biental da unidade, que decorrem em investimentos e ajustes de infra-estrutura para atendimento do padrão.
Fonte: Grupo SGS