Considerações sobre “crise” e sistemas de gestão.
- Por que “no momento”? Por que em certas ocasiões essas ameaças parecem afetar mais o nosso negócio? Por que nessas ocasiões dizemos estar em “crise”?
Na crise nosso raciocínio pula de um aspecto particular a outro com muita rapidez, pois estamos pressionados de todos os lados: vendas diminuem, a inadimplência aumenta, investimentos são reduzidos, e todos estes fatores nos causa maior tensão.
Tudo isto, dificulta obtermos uma visão global dos aspectos que envolvem a nossa organização e o ambiente no qual está inserida.
- Se considerarmos que as “crises” são apenas momentos em que alguns pontos do nosso negócio se tornam mais agudos, por que esses pontos estão sempre presentes no dia-a-dia das empresas? Não é avaliando-os – sem pressões externas agudas - que o gestor toma suas decisões?
Na realidade, essa interação entre o gestor e o ambiente de negócios é permanente.
Claro que ênfases sempre ocorrem em relação a algumas peculiaridades da organização, em momentos específicos. E devem ser tratadas sem nos esquecer do todo.
- Por que acreditamos que a implantação de um sistema de gestão proporciona as condições para o tratamento mais adequado das “crises”?
Um sistema de gestão (ISO 9001, 14001, ou outro qualquer) integra todas as atividades de uma empresa com o propósito de atingir seu objetivo. Integra os princípios, os valores e as crenças da organização (concretizadas através de políticas, diretrizes e objetivos operacionais) que definem o rumo a seguir; os métodos de trabalho – o saber fazer, o “know how” – utilizados pela empresa, e ainda, os recursos (materiais, financeiros e humanos) necessários para atingir os objetivos pretendidos.
A implantação do sistema de gestão parte das definições das políticas e estratégias da empresa, para a definição dos objetivos empresariais e, em consequência, dos operacionais.
Identificam-se os processos (ou subprocessos) que compõem a empresa, definindo suas interações.
Avaliam-se, ou revisam-se, os métodos de trabalho à luz das definições políticas, tendo em vista os objetivos traçados e as condições atuais da empresa e identificam-se os recursos necessários para atingirmos os objetivos propostos.
A nova configuração dos processos, os métodos de trabalho revisados ou novos adotados e a alocação de recursos estarão alinhados com as diretrizes traçadas, e de acordo com os objetivos definidos (nos diversos níveis da empresa).
De certa forma as organizações estão sempre em crise, procurando se rever permanentemente, se adaptar às condições mutantes do mercado, procurando competitividade. É o que pode ser chamado de “melhoria Contínua”.
Há outro aspecto também presente nas “crises”: é comum desviarmos a nossa atenção do “todo” para questões específicas, mais fáceis de resolver porque julgamos que elas estão sempre sob o nosso controle. Assim, é que nos dedicamos a temas “internos” como modificações em “layouts”, melhorias em processos específicos, aquisição de equipamentos, etc. Os riscos inerentes a esse comportamento são claros. Não que essas atividades não devam ser realizadas, mas, se realizadas no âmbito de uma reflexão mais ampla, podem dar melhores resultados, ou, no mínimo, mais tranquilidade para quem toma decisões.
Esta “crise” é apenas uma manifestação, mais aguda talvez, de nossa crise permanente.
Autor: Aluisio Marri - Ateq Engenharia Ltda
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